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06/02/2006 - Eficiência e responsabilidade

*Adriano Londres

A velha máxima de que o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil se mostrou totalmente falsa ao longo dos anos, apesar da insistência das cabeças colonizadas. As idiossincrasias sociais e culturais, além das disparidades econômicas, fazem com que a adoção pura e simples de modelos importados redunde quase sempre em fracassos – e isto vale não somente em relação aos Estados Unidos como a outros países, inclusive vizinhos latino-americanos como Cuba.

Portanto, copiar, sem considerar peculiaridades nacionais, equivale a desperdiçar tempo e dinheiro. Contudo, as análises elaboradas por especialistas mundialmente reconhecidos não devem passar em branco, pois delas podemos nos valer para tirar ensinamentos e estabelecer nossos próprios parâmetros de trabalho e suas metas de resultados.

A comparação com experiências alienígenas nos ajuda a fazer a lição de casa e a compreender que os desafios que enfrentamos aqui encontram paralelos didáticos em outros países, mesmo nos mais desenvolvidos. Foi com esta visão que o SINDHRIO promoveu a vinda ao Brasil esta semana do ex-secretário de Saúde e de Serviços Humanos dos Estados Unidos, Tommy Thompson, uma importante autoridade mundial na área da saúde.

Quatro vezes eleito (sucessivamente) governador do Winsconsin antes de ser nomeado secretário, Tommy Thompson, hoje com 64 anos, foi o responsável por um amplo programa de reestruturação baseado na eficiência e na responsabilidade. E, mesmo assim, considera que os EUA estão longe de encontrar uma solução para os desafios de seu sistema de saúde que consome praticamente dois trilhões de dólares.

Além do peso das palavras eficiência e responsabilidade, artigos não tão abundantes assim na gestão de saúde brasileira, o que mais chamou a atenção na exposição do ex-secretário foi à ênfase dada a uma mudança de abordagem que privilegie um modelo preventivo de saúde, em substituição ao modelo curativo hoje disseminado no mundo inteiro.

Tommy Thompson falava, em primeiro plano, do modelo curativo americano. O ex-secretário também enfatizou a importância de se buscar a integração entre público e privado, ressaltando que o modelo de medicina eminentemente privada, adotado nos Estados Unidos, está com os dias contados – assim como o modelo público, praticado na maior parte da Europa. Citou ainda outros equívocos que insistimos em copiar como a judicialização, burocratização e a mercantilização da medicina.

E foi mais além prevendo a quebra do sistema de saúde americano em no máximo sete anos, se medidas saneadoras não começarem a ser tomadas imediatamente. Lá, como aqui, na Europa e no resto do mundo, a grande questão é saber como gerar mais eficiência na gestão dos recursos disponíveis.

Enfim, se ficou provado ser cacoete de colonizado importar modelos estanques, sem adequá-los à nossa realidade, igualmente errado seria fechar os olhos às reflexões de Tommy Thompson e avaliar de que forma elas poderão nos ajudar a estabelecer nossas próprias soluções. E, é claro, seja qual for as alternativas que venhamos a criar para os nossos problemas, que levemos em consideração as duas palavras-chave: eficiência e responsabilidade. Sem complexo de inferioridade.

Adriano Londres é

Presidente do SINDHRIO

Sindhrio: Rua Uruguaiana, n. 39, sala 1505, Cep: 20050-093. Centro, Rio de Janeiro.



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