Operadora encara churn maior como oportunidade de crescer e deixa de criticar leilão de 3G, sugerindo uma licitação única. Quanto à possível venda do grupo, presidente diz que atividades seguem em ritmo normal.
A portabilidade numérica, vista por grande parte das operadoras brasileiras como uma ameaça à competição, é encarada atualmente pela TIM como um fator para gerar uma competição sadia. Acho que a portabilidade é positiva e um benefício direto para o usuário. Não tememos uma alta taxa de churn, porque acredito que o saldo acabará sendo até bem positivo para a TIM, afirma Mario César Araújo, presidente da TIM Participações.
Durante encontro com a imprensa na Futurecom, que acontece em Florianópolis nesta semana, Araújo contou que apesar da Acel ter solicitado à Anatel uma prorrogação no prazo para a adoção da portabilidade, existe divergência dentro da entidade que representa as operadoras celulares. Mesmo na Acel talvez não tenhamos uma unanimidade, pois temos empresas só com operações móveis e outras que também tem braços na telefonia fixa, admite o executivo.
A entidade também está debatendo alternativas para implantar o modelo de portabilidade. Segundo Araújo, uma opção seria criar uma empresa separada, sem fins lucrativos, responsável por todo o processamento dos dados dos clientes de todas as operadoras e suas migrações entre as bases de diferentes empresas. Outra hipótese discutida é a abertura de uma empresa nova, com patrimônio dividido entre todas as operadoras para gerenciar essas transações, revela. Entre os nomes sugeridos nas reuniões da Acel foram citados o CPQD, a ABR e até uma possível reabertura da Telebrás somente para essa finalidade.
O presidente da TIM Participações também garante não saber de nenhum detalhe adicional sobre a possível estratégia do grupo controlador, Telecom Itália, de vender as operações móveis da empresa, incluindo o Brasil. Não sentimos nenhum impacto até agora. Continuamos a ser cobrados a atingir os mesmos números e estamos planejando o orçamento de 2007 a 2009, ou seja, a operação continua sendo tocada normalmente, diz Araújo.
Os planos de continuidade para os próximos anos também levam em conta a adoção de 3G no Brasil. Não vejo mais 3G como uma ameaça. Só acho que a Anatel deveria fazer uma licitação única de todo o espectro disponível para que cada operadora desenhasse sua estratégia e não ficasse dando pulos em diferentes direções a cada leilão. Essa colcha de retalhos não é saudável, compara o executivo.
Fonte: COMPUTERWORLD