Tecnologia coloca camada extra de segurança às transações online. No Brasil, houve aumento de 300% nas transações tokenizadas em 2019
O desafio da plataforma XporY.com (Android, iOS) é preencher o tempo ocioso de um estabelecimento ou de um profissional por meio de permutas multilaterais. Aquele quarto de hotel vazio significa perda de receita. O horário sem um paciente no consultório do psicólogo, também. A questão para Rafael Barbosa, idealizador da solução, era como monetizar esse tempo? A resposta veio da esposa. Ou melhor, ela foi o MVP necessário para atestar e comprovar que o produto era válido. Psicóloga em Goiânia, Ana Paula Fernandes Rezende tinha sempre a agenda cheia. Com a recessão, o número de horários disponíveis aumentou em mais de 50%. Mas, com o uso do app, a psicóloga voltou a preencher os horários vagos e, consequentemente, a consumir outros produtos e serviços.
O aplicativo auxilia donos de comércio e profissionais a encontrarem meios de realizar trocas. Ao ofertar um quarto no app, a rede hoteleira ou a pousada recebe em X$, a moeda do XporY.com. E, depois, o estabelecimento pode adquirir, por exemplo, o serviço de um piscineiro para limpar a piscina ou de uma distribuidora de bebidas. Ou seja, não se trata de um toma lá da cá.
Conheci esse tipo de serviço nos Estados Unidos e achei muito interessante a forma como podemos contornar o problema da ociosidade. Nosso diferencial está no fato de sermos multilaterais, explica Barbosa.
A moeda, X$, não tem nenhuma pretensão de ser uma criptomoeda, mas serve para que o multilateral funcione. No caso, X$ 1 equivale a R$ 1.
A expectativa do fundador do XporY.com é que o app tenha, até o final do ano 30 mil usuários. Atualmente, são 8 mil clientes que compram e vendem em Goiânia e, recentemente, a empresa recebeu aporte de investidor privado para ter alcance nacional. Primeiro, vamos para São Paulo. Inclusive, montamos um escritório comercial na cidade. Em seguida, vamos para Brasília, Rio de Janeiro e vamos expandir para as principais capitais do País.
Como começou e quem são os usuários
Barbosa trouxe a ideia do XporY.com ainda em 2013 dos Estados Unidos. No ano seguinte, ele lançou a solução na Feira do Empreendedor, do Sebrae, em Goiânia. Em 2015, foram contemplados com R$ 400 mil pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg). Em 2016 avançaram no desenvolvimento da plataforma e começaram a crescer.
Entre os usuários do app estão profissionais liberais – advogados, personal trainers, psicólogos – mas também empresas, como restaurantes, escolas, de comunicação, entre tantos outros segmentos.
Entre os clientes da XporY.com está a Rede Record. De acordo com Barbosa, a empresa de comunicação usa a plataforma de diferentes maneira. Ela compra dedetização, por exemplo, compra panetones na rede e distribui a seus funcionários ou bonifica os empregados com restaurantes.
Modelo de negócios
O XporY.com cobra no momento da compra e nada é cobrado pela venda. Ou seja, supondo que uma advogada entre na plataforma. Ela se cadastra e, se alguém a contrata para a realização de um serviço, ela recebe alguns X$ por ele – um valor acordado e combinado por ambas as partes. Em seguida, a advogada encontra uma pet store e gasta uma parte desses X$ recebidos. Nesse momento o app cobra dela uma porcentagem por essa transação. Ou seja, a transação anterior, dos serviços prestados pela profissional foi cobrada de quem a adquiriu.
O que a gente fez foi usar a permuta que existe desde que o mundo é mundo, mas a tecnologia ajuda a gerenciar os créditos. Pegamos um conceito antigo e entregamos valor a pequenos, médios e até grandes empresários.