Após diminuir o nível de investimentos em 2020, a América Móvil (controladora da Claro) está prevendo um Capex de US$ 8 bilhões para 2021 – ou cerca de R$ 42,8 bilhões, na cotação atual.
Segundo o CEO da operadora mexicana, Daniel Hajj, a expectativa é utilizar entre US$ 600 milhões e US$ 700 milhões (de R$ 3,2 bi a R$ 3,7 bilhões) na compra de espectro 5G nos países de atuação. Estão previstos leilões no Brasil, Colômbia e no México (onde a empresa já possui espectro de 3,5 GHz). Apesar da estimativa, o executivo lembrou que o preço final das faixas é imprevisível.
Hajj também citou investimentos prévios para uma futura absorção de clientes da Oi Móvel, adquirida pelo grupo ao lado de Telefónica e TIM em processo que aguarda aprovação do Cade e da Anatel. Já incluímos no Capex do Brasil o necessário para absorver os clientes da Oi. Estamos trabalhando nisso e expandindo a infraestrutura em lugares que precisamos, afirmou o CEO.
O executivo lembrou que um investimento na casa dos US$ 8 bilhões estava previsto para 2020 antes do impacto da pandemia de Covid-19. Com o cenário, os aportes no ano passado foram redimensionados para pouco mais de US$ 6 bilhões (ou R$ 31,06 bilhões, conforme a cotação média do real em 2020).
Além de México, onde tem sede, e do Brasil, a América Móvil tem operações na Argentina, Colômbia, Chile, Equador e Peru, além da América Central, Caribe e de ativos nos EUA e na Áustria. A empresa não divulgou previsão de investimentos por país.
Spin-off
A criação de uma unidade de torres na América Latina também foi assunto durante a call de resultados. Hajj explicou que o projeto deve envolver cerca de 37 mil sites na região. Além disso, a empresa possui 16 mil torres na Europa que podem, futuramente, seguir o mesmo caminho.
A AMX afirmou não ter interesse em incluir ativos de fibra ótica no negócio ou vender controle da nova subsidiária. Os motivos para o spin-off seriam a geração de valor para atuais acionistas e oportunidades de redução de dívida. Uma avaliação sobre quais países terão primeiro as torres segregadas já está em curso, uma vez que a empresa espera concluir a reorganização em 2021.
A mexicana também admitiu que, no Brasil, algumas torres oriundas da Nextel não estão sendo utilizadas. Precisamos decidir o que fazer, afirmou Hajj. No mais, a avaliação é que a maior parte das sinergias do negócio já foram colhidas, pontuou o executivo, destacando que as razões para a boa performance da operação no Brasil estão relacionadas com o lado comercial.